terça-feira, 18 de outubro de 2011

Plantio da Alcachofra


O nome científico da Alcachofra é Cynara scolymus L. da família Asteraceae, Compositae

A alcachofra é uma planta originária das regiões mediterrâneas e cultivada desde a antiguidade como alimento e produto dietético. Atualmente é cultivada também nas regiões do Atlântico com invernos moderados.

Apresenta folhas de cor acinzentada, constituídas de limbo e pecíolo com nervura tipo peninérvia. As folhas tem sabor amargo, de caráter forte e persistente, constituindo-se na matéria-prima de chás medicinais. Conforme o conhecimento popular, a infusão do extrato de folhas de alcachofra, que contém a substância chamada cinarina, tem poder colagogo, diurético, sendo indicado contra perturbações digestivas e nefrites.

A alcachofra floresce no verão. As flores surgem entre os pelos de coloração azul violeta e são grandes, segmentadas com corola tubular de 3 a 4 cm de largura. As inflorescências são cobertas de numerosas brácteas coriáceas na base das quais está a parte comestível delas, podendo ser consumidas frescas ou industrializadas.

Os frutos são secos, indeiscentes (aqüenios), quando de início ligados ao ‘papus’(coroa de pelos), mas dela se desprendendo após serem dispersas pelo vento. Sementes contidas nos aqüenios são pequenas e achatadas piriformes, com tegumento liso e duro.

A propagação pode se dar por sementes ou por mudas nascidas na base da planta, sendo a semeadura no outono/inverno em viveiro, consumindo em torno de 0,5 kg de sementes para cultivar um hectare (um grama de semente contém em média 30 sementes). A semeadura deverá ser na profundidade entre 0,5 a 1 cm, germinando em torno de 15 dias. No transplante das mudas para o campo, o espaçamento médio será de 1,20 m entre as linhas e 1,20 m entre as plantas. Comercialmente são usadas apenas mudas originadas dos rebentos produzidos no ano anterior, pois a partir de sementes há muita segregação genética. Para o plantio são recomendados os solos ricos em argila, férteis, profundos e bem drenados, pois apresenta um sistema radicular bastante desenvolvido.

A colheita, para fins medicinais, é feita das folhas e, para a alimentação, das inflorescências, sendo que a colheita das folhas é feita escalonadamente, à medida que estas se apresentam com o máximo crescimento. O rendimento médio é de 3000 kg de folhas frescas e 80 mil capítulos por hectare.

Já a colheita dos capítulos, para coleta de sementes, dá-se quando há um início de abertura das brácteas envoltórias, mas antes da abertura das brácteas. A colheita de sementes é feita no outono com os capítulos secos, mas antes destes cairem no solo e expulsarem as sementes.

Principais países produtores
A alcachofra é cultivada no mundo todo, principalmente na Europa, onde se destacam a Itália e a França, inclusive com centros de pesquisa. Também nos Estados Unidos da América a alcachofra ocupa um espaço importante nos centros de pesquisa.

No Brasil, a cultura da alcachofra ainda não tem expressão e pesquisas sobre esta espécie são raras.
Os estados brasileiros que se destacam são São Paulo, na região fria, onde se localizam as cidades de Piedade, Ibiúna, São Roque e Capão Bonito, e Rio de Janeiro, na sua região serrana, onde se localizam as cidade de Petrópolis e Teresópolis.

A produção no Rio Grande do Sul ainda é incipiente, com a região do Alto Uruguai apresentando em torno de 80 hectares plantados, de propriedade de vários associados à COTREL - Cooperativa Tritícola de Erechim, que beneficia a alcachofra, envasando e fazendo conservas, comercializadas em todo o Brasil.

A cultura de alcachofra produz acima de 3000 kg de folhas frescas e de 80 mil flores por hectare, porém exige solo fértil e irrigação, exigindo investimento em torno de R$ 5 mil por hectare, proporcionando lucro de até R$ 12 mil por hectare, quando da comercialização da colheita. O que entrava o aumento da área plantada é o alto investimento inicial e a possibilidade de somente uma colheita por ano.

Época da safra e variedades para industrialização
O plantio é feito no outono e a melhor época para colheita é justamente na primavera.
Quanto às cultivares, a literatura apresenta uma gama enorme de nomes específicos para cada país.
MURAYAMA, citado por GROLLI, apresenta as alcachofras divididas em dois grupos, segundo a característica de cor dos botões florais:
Botões arroxeados - variedades ‘Violeta de Provença’ e ‘Roxa de São Roque’;
Botões verdes - Variedades ‘Verde de Leon’ e ‘Verde da Bretanha’.

Na Itália e na Espanha existem um grande número de variedades de alcachofra, isto devido ao seu cultivo secular nestes países, onde trabalhos de seleção iniciaram muito cedo.

Derivações para alimentos a partir da matéria-prima:
Chás medicinais, a partir das folhas e brácteas, saladas e conservas das flores.

Saiba mais sobre a Alcachofra
Alcachofra, planta rica em vitaminas e auxiliar no tratamento de algumas doenças do fígado.
Nome comum de duas plantas da mesma família. Uma é grande e viçosa, de cor verde-acinzentada. Atinge de 60 a 90 cm de altura e suas folhas são grandes e espinhosas. Essa alcachofra, originária do Mediterrâneo, é rica em vitamina C, além de ser importante fonte de vitaminas A, B1 e B2. Seu efeito terapêutico é recomendado nas doenças do fígado ou da vesícula biliar e em todas as doenças dos órgãos do sistema digestório.

O outro tipo de alcachofra pertence ao mesmo gênero que o girassol. É uma planta resistente e áspera que alcança de 1,50 a 3,70 m de altura. Produz flores amarelas que desabrocham no outono. Suas raízes, semelhantes a batatas, são utilizadas como alimento. Essa alcachofra vem sendo cultivada na França e é encontrada em estado natural no sudoeste norte-americano. Os tubérculos da alcachofra têm um alto valor nutritivo.

Épocas de plantio: de março a maio, em altitude superior a 800 m.
Entresafra: julho a setembro.
Espaçamento: 2,0 a 2,5 m x 1,0 a 1,5 m. Os maiores espaçamento devem ser usados nas terras mais férteis.
Densidade: 2.666 a 5.000 plantas/hectares.
Propagação:  pode ser feita por sementes e por mudas. A propagação por se-mentes não é recomendável, pois nem sempre reproduz as características desejáveis da planta-mãe originando plantas espinhosas, que não produzem botões comerciáveis. É aconselhável a vegetativa, feita pelo plantio de “filhotes” ou rebentos, que nascem ao redor da planta-mãe, em grande número, após a colheita.
Mudas necessárias: 5.000 a 6.000 mudas/hectare, originárias da planta-mãe, após a poda da planta, realizada em janeiro. 
Técnica de plantio:  recomenda-se o transplante manual das mudas. O sistema de condução é feito em linha.
Controle da erosão:  plantio em nível.
Calagem e adubação: aplicar calcário para elevar a saturação por bases a 80%. O teor mínimo de magnésio no solo deve ser de 4 mmol/dm3. Na adubação de plantio aplicar, por hectare, 40 a 50 t de esterco curtido de curral, ou 1/4 dessa dose de esterco de galinha; 40 kg de N; 100 a 400 kg de P2O5 e 4O a l6Okg de K205, 1 a 2 kg de B, conforme análises de solo, pelo menos 15 dias antes do transplante das mudas. Em cobertura, aplicar 50 a 100 kg/ha de N, dividindo em 2 aplicações, aos 30 e 60 dias após o transplante; em solos pobres em potássio, aplicar 50 kg/ha de K2O5.

Fonte: UFRGS

1 comentários:

Dica: visite a plantação de alcachofra em Santo Antônio do Pinhal... é lindo e você ficará encantado!!!

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